A trilha que leva ao Castelo é sinalizada por placas do SEBRAE/Circuito dos mistérios Piauienses. Em alguns trechos da estrada de chão que cabe apenas um carro, o percurso se torna complicado, com muitas subidas e descidas, e cada vez mais distante e isolado. A viagem, portanto, se torna um pouco mais demorada e -digamos- aventureira.
As placas estão com a grafia errada: se escreve Castelo de Ogiêr
O caminho para o castelo é bem simples de ser encontrado: seguindo a BR 343, no sentido Teresina Altos, ao chegar à primeira linha férrea que cruza a estrada é só seguir o caminho á esquerda, sem pavimentação. A partir daí, o cenário se transforma numa paisagem bucólica do interior, com pouquíssimas casas de gente muito simples, que vive tão perto mas ,mesmo assim, tão isolada de tudo.
Em 1989, tomou a decisão que iria mudar o resto dos seus dias: largou a mulher e a firma
No município de Altos encontrou um terreno acidentado, ideal para a construção de seu castelo numa parte mais alta. Comprou o terreno de
A casa que Seu Ogiêr divide com a irmã, o marido e 5 sobrinhos
Logo na entrada do castelo, encontramos seu Ogiêr arrancando tocos da entrada do portal. Ele conta que todos os dias acorda às 6 da manhã para cuidar da manutenção do castelo junto com sua fiel escudeira, a cadela Lamparina. Ao anoitecer, depois de muito trabalho, Seu Ogier retorna à humilde casa da irmã, onde mora com ela, o marido e os 4 sobrinhos.
Seu Ogiêr se mostra bem receptivo e bem à vontade com as visitas ao castelo. Ele se revela um verdadeiro apaixonado por temas da Babilônia, Grécia, Itália e Egito, mais precisamente toda a História Antiga da Europa. No portal de entrada do Castelo estão erguidas duas grandes estátuas de leões alados, o símbolo da Babilônia nos tempos de apogeu de sua glória. Depois de percorrer o caminho de
“ Se eu inaugurasse esse castelo hoje, no outro dia Deus podia me levar. O meu prazer é fazer e contemplar aquilo que eu construí...um homem como eu, de família paupérrima...”
O Mplifer de Seu Ogiêr: o carro está parado por falta de manutenção
O castelo foi todo construído com pedras coletadas a região. Logo na entrada, duas esfinges egípcias abrem caminho para um dragão inglês que ladeia a escada de 64 degraus, em formato de rabo de pavão, que conduz ao alto do castelo.
Depois de 20 anos, o castelo já se encontra bastante deteriorado. Seu Ogiêr enumera todas partes do castelo que já se foram: um dos dragões inglese da escada; a grande estátua de Diana, a deusa romana erguida no meio do portal de entrada; e os 3 arcos de
O projeto idealizado por seu Ogiêr apresenta 6 torres -sendo no 3° e último andar da torre mãe de
“Eu sou um homem que gosta da arte, da beleza e elegância. Se pudesse, eu seria engenheiro ou arquiteto. Eu sou meio exótico, eu não quero um palácio, quero um castelo medieval.”
Vários políticos já visitaram o castelo prometendo ajudas e investimentos, mas nada aconteceu. A obra está parada há 17 anos. Seu Ogiêr conta apenas com a aposentadoria de um salário mínimo e com o ingresso de 2 reais que cobra dos vistantes para concluir seu sonho. O faturamento, segundo ele, não chega a 300 reais por mês.
Dragão inglês
“Enquanto eu viver, se Deus me der mais 20 ou 30 anos, todo o meu trabalho e sacrifício é para o meu castelo. Tudo o que me sobrar, eu tiro o pouco da minha poupança para pôr aqui. E vou botando pedra sobre pedra.”